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Baltazar Álvares (c. 1545-1624) e a sua obra

A obra do arquitecto régio Baltazar Álvares nunca mereceu, até hoje, qualquer estudo específico, ao contrário do verificado com outros arquitectos seus contemporâneos como o seu tio Afonso, Filippo Terzi ou António Rodrigues. A inexistência de uma monografia sobre a sua figura e actividade constituía uma lacuna evidente na história da arquitectura portuguesa do período moderno e uma injustiça para aquele que foi, sem dúvida, um dos seus maiores intérpretes. A esta realidade não assistia sequer qualquer razão lógica, dado o importante conjunto de obras que, desde cedo, se associaram à sua órbita de influência e cujo relevo, de resto, foi sempre reconhecido pela historiografia da arte desde a segunda metade do século XX.

O desígnio que presidiu à investigação sobre este arquitecto régio e a sua obra exigia, além do contexto histórico da sua produção, uma análise tão sistemática quanto possível dos principais edifícios que se lhe atribuíam, traduzindo-se esta não apenas no estudo das formas, influências e execução material, mas também na composição de cada um dos parâmetros que definem a concepção arquitectónica: estrutura, função, proporção, estética, configuração plano-altimétrica, ou seja, tudo aquilo que a singulariza como elemento identificativo artístico e cultural do período.